Não sei por onde começar.
Estou extasiado. Esse é o adjetivo que mais se aproxima do meu sentimento no agora. Não consigo registrar as nuances das heranças históricas, das suavidades e dos subescritos nesse tempo que estive diante da TV.
Um espetáculo. Começo, pois, pelo elenco. Que beleza de escolhas e combinações! Os responsáveis certamente tiveram trabalho para conciliar os perfis daqueles. Ora, que honra rever Débora Bloch, Maria Luísa Mendonça, Denise Fraga, Dan Stulbach e ela: Fernanda Montenegro. Que tempo perfeito, que traços expressivos!
Lembrei de Shakespeare e de sua habilidade, genialidade e astúcia: formidável a idéia de Maria Adelaide... Cada detalhe, cada não-dito, cada personagem! Estou embasbacado, repito. E emocionado. 10 em Harmonia, 10 em Figurino, 10 em Locação... Dez em CONJUNTO!
Rendo-me a escrever umas parcas mas verdadeiras linhas ao cuidado da produção. Das cores às flores do jardim, tudo foi impecável. Viajei entre imagens, movimentos, beleza e graciosidade. Coerência do início ao fim. Catarse.
Não posso omitir aqui a trilha sonora. Todas as músicas executadas primavam pelo bom gosto e pelo dedo de alguma alma com refinada sensibilidade. São os ouvidos criteriosos dos bons mestres que voltam a ressoar imponentes na televisão aberta do Brasil.
Que saudades do tempo que não vivi! Garanto, todavia, que vontade não falta de retornar à minha vida naquele tempo (dizem que tive... será?). Vieram á minha memória as amizades da escola, os companheiros da travessa onde moro, um tio que mora no exterior, uma tia já falecida. Remexi o baú das boas lembranças... Ademais, sorrisos e lágrimas foram expelidos nos contundentes minutos doados.
Tanto a falar... E pensar que é apenas o primeiro capítulo!